sábado, 1 de março de 2014

Sangue na avenida, por Marileno Sampaio


Sangue na avenida,
Marileno Sampaio

 
Eu sigo o Sol
o sangue na avenida
rota de asfalto
um automóvel segue
corpo parado
um sinal fechou
do outro lado
e ao lado o meu amor
minha gravata e o meu paletó
em cada bolso leva o meu rancor
o meio-dia fez-se sem querer
pela razão de viver
ou morrer
na minha mesa me espera o almoço
no fundo o prato
tristeza e um osso...
De repente, estilhaços,
baques surdos no chão,
e a gente que corre,
de repente, a tragédia que ocorre...
de repente, a tragédia que ocorre...
Ah, aí, sangue na avenida...ah, ah...
Sangue na avenida.. ah,ah...
sangue na avenida!
Corpo parado,
sangue espalhado,
braços cruzados,
filete nas boca,
o homem, a máquina,
o carro é um punhal,
o deus, a máquina,
o Bem e o Mal...
Minha gravata
e o meu paletó
em cada bolso
leva o seu rancor
o meio-dia fez-se sem querer
pela razão de viver ou morrer
na minha mesa me espera o almoço
no fundo, o prato, tristeza e um osso!

 



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