O coração
de Antônio Maria
Por RUBEM
Revista da Crônica – Notícias, entrevistas,
resenhas e textos feitos ao rés-do-chão.
Mas
como passar pela vida sem ter lido crônica de Antônio Maria? Faz parte das
coisas simples e bonitas, e por isso absolutamente essenciais para um
bem-viver. Tanta ternura junta! O que Antônio Maria precisaria ter escrito para
que fosse lembrado como um dos nossos melhores cronistas? Tem o Braga, tem o
Sabino, tem o Paulo Mendes Campos… mas tem também o Antônio Maria, pô!
Estão
falando por aí, e com razão, que a crônica do Paulo Mendes Campos não é tão
valorizada quanto deveria e merecia. Pois imagine a crônica do Antônio Maria!
No máximo inspira frases do tipo “Ah é, teve esse também”. Verdade é que
Antônio Maria também não ajuda – a começar pelo nome. Hoje em dia, talvez fosse
o caso de escrever na capa de seus livros: “Antônio Maria, mas não o padre”.
E
também tem esse jeito de escrever como quem não quer nada, como quem joga
conversa fora. Vejam vocês, o homem era cardiopata – foi isso que o matou
ainda jovem. E ninguém mais do que ele usou a crônica para escrever com o
coração, e muitas vezes sobre o coração. Não à toa, um dos mais belos textos da
coletânea “Benditas Sejam As Moças” se chama “O Coração dos Homens”.
Já
falei da ternura? É a palavra que melhor encontro para classificar suas
crônicas. Neste livro em especial elas versam sobre a busca pelo amor. E
Antônio Maria é sincero demais para repetir clichês. Na verdade, Antônio Maria
parece ser o sujeito que melhor incorpora aquilo que tradicionalmente se espera
da crônica: um texto leve, de linguagem simples, falando de coisas cotidianas,
dialogando e brincando com o leitor, em meio à uma ou outra tirada poética de
embasbacar.
São
textos divertidos e emocionantes. Antônio Maria tem um dos estilos mais
agradáveis e fáceis de se ler da crônica. É um dos monstros do gênero. Um
monstro que é todo coração.
http://rubem.wordpress.com/2013/04/03/o-coracao-de-antonio-maria/
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