Greta
Benitez
Por
Frederico Barbosa
“Pela
janela que a chuva molha
não sei
se sou eu
ou é a
cidade que me olha”
“Eu estava numa
[calçada vazia
E de repente a noite
invadiu o meu dia”
“Estacionei meu coração
na
contramão.
“Me diga, amigo, meu irmão
-
Quer namorar comigo?
Sei
cantar blues
fazer
bolo, luz
e
balas de alcaçuz.
Sou
fã de dias de chuva.
Acho
que deixei meu coração
no
porta-luvas”
“No
meio da noite
a
menina perversa descobre surpresa
que
é dona da única janela acesa.
Sozinha
em seu quarto
rindo
das consciências distantes
esconde
30 000 amantes
inquietos
e ofegantes
donos
dos jardins de rosas
e
portas da infância
e
de todas as noites de inverno.
Às
quatro horas da manhã
a
garota está com sono
e
permite ser dominada pelos seus olhos fechados
e
dorme impune
sentindo
o perfume de pêssegos e neblinas
que
vem de dentro das meninas.”
“Estou
pronta para tudo
[que você imagina
Deixei
minha inocência
na pior esquina”
“Neon tocado
em
violões e gaitas.
Noite
urbana
com janelões e gatas.
Ruas,
ruas lunares
com
casas, prédios e bares”
Barbosa, Frederico -
Greta Benitez agradável surpresa da poesia brasileira. Discutindo Literatura,
Ano 1, Nº 1. P. 58-63
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