Poema para ler ao andar com cuidado
Antônio
Moura
Você que agora caminha
por este poema,
não está ouvindo, além do som das silabas,
o som de sinistros passos ecoando secos
em seu encalço, como que para encarcerá-lo,
como que para amordaçá-lo? Não está agora
pressentindo atrás de sua própria sombra
uma outra sombra, que, aos poucos, se agiganta
querendo, de forma réptil, cobrir tudo, todos,
com sua escura manta? Não está sentindo,
agora, fazer ninho eu seus ouvidos a gralha
a rasga-mortalha da histérica pregação,
que busca ensurdecê-lo com seu grasnado
para que ouça, unicamente, a voz intolerante,
a voz fanática e prepotente do deus demente?
Não está vendo uma venda que, lentamente,
cai sombria sobre seus olhos, sobre sua mente?
Você que agora caminha por este poema,
cuidado, aqui perto, no fim da Rua Extrema
a oficina do fascismo fabrica frias algemas.
não está ouvindo, além do som das silabas,
o som de sinistros passos ecoando secos
em seu encalço, como que para encarcerá-lo,
como que para amordaçá-lo? Não está agora
pressentindo atrás de sua própria sombra
uma outra sombra, que, aos poucos, se agiganta
querendo, de forma réptil, cobrir tudo, todos,
com sua escura manta? Não está sentindo,
agora, fazer ninho eu seus ouvidos a gralha
a rasga-mortalha da histérica pregação,
que busca ensurdecê-lo com seu grasnado
para que ouça, unicamente, a voz intolerante,
a voz fanática e prepotente do deus demente?
Não está vendo uma venda que, lentamente,
cai sombria sobre seus olhos, sobre sua mente?
Você que agora caminha por este poema,
cuidado, aqui perto, no fim da Rua Extrema
a oficina do fascismo fabrica frias algemas.
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