Marguerite
Duras
Já o disse em Hiroshima Mon Amour:
o que conta não é a manifestação do desejo, da tentativa amorosa. O que conta é
o inferno da história única. Nada a substitui, nem uma segunda história. Nem a
mentira. Nada. Quanto mais a provocamos, mais ela foge. Amar é amar alguém. Não
há um múltiplo da vida que possa ser vivido. Todas as primeiras histórias de
amor se quebram e depois é essa história que transportamos para as outras histórias.
Quando se viveu um amor com alguém, fica-se marcado para sempre e depois
transporta-se essa história de pessoa a pessoa. Nunca nos separamos dele.
Não podemos evitar a unicidade, a fidelidade, como se fôssemos, só nós, o nosso próprio cosmo. Amar toda a gente, como proclamam algumas pessoas e os cristãos, é embuste. Essas coisas não passam de mentiras. Só se ama uma pessoa de cada vez. Nunca duas ao mesmo tempo.
In Mundo
Exterior.
http://www.citador.pt/textos/nunca-nos-separamos-do-primeiro-amor-marguerite-duras
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