CONTRASTE *
Francisco Vaz Brasil
Queda o corpo de
minh’alma
Curva a alma de meu
corpo
Beijo flores
recurvadas
Beijo mãos
dilaceradas...
Cai o pranto de meu
canto
Cai o pranto de uma
dor
Morre o sol que não
nasceu
Nasce a noite que
morreu...
Morre o sangue de
minh’alma
Tiro as veias de
meu corpo
Tiro as liras de
meu canto
Planto a flor de
fruto dor...
Lastra tudo no
universo
O amor... no tempo:
a morte
Canto – vida que
morreu.
Morre a morte,
louvo a vida,
Beijo a flor qu’em
mim nasceu...
E nas rimas de meu verso
Canto a flor e o
lamento,
Canto tormento e
amor
Que passa com o
silvo do vento...
Poema que versou
Vida-morte, num
momento
Finda como um
pensamento
Que não existiu...
acabou!
*Publicado no jornal A Folha do Norte, 1º caderno, coluna Artes,
comandada por Salomão Larêdo, em 13-12-1971.
Nenhum comentário:
Postar um comentário