Canto
seco
Francisco
Vaz Brasil
terra:
miro teu
dorso
em gesto
frustrado
da coisa
imperceptível
- mato e ternura
queimados
na memória
e cada
galho ressequido
é o que
sobrou em ti
já, já não
existem flores
nem
mulheres mambembes
nem
necrológios, vida ou verso
nem
pegadas no caminho
grãos de
areia
palavras
indizíveis
onde a
intolerância destruiu
o último
casamento
tu, terra,
guardas em segredo,
sob invisível
manto
o âmago dos antigos adágios
o mistério
das catedrais
- dura lex,
sed lex –
aguardarei,
aqui,
ante a
poeira ambígua
do oriente
dos teus ais
a próxima
caravana
que há de
trazer a esperança
de um
outro recomeço...
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