A Cultura Brasileira
Francisco Vaz Brasil (org.)
A cultura
brasileira reflete os vários povos que constituem a demografia desse país sul-americano:
indígenas,
europeus,
africanos,
asiáticos,
árabes
etc. Como resultado da intensa miscigenação
e convivência dos povos
que participaram da formação do Brasil surgiu uma realidade cultural peculiar,
que inclui aspectos das várias culturas.
Cultura
pode ser definida como o conjunto formado pela linguagem, crenças, hábitos,
pensamento e arte de um povo. Outra definição de cultura se refere mais
estritamente às artes de caráter mais erudito: literatura,
pintura,
escultura,
arquitetura
e artes decorativas.
1. Formação da cultura brasileira
A cultura
brasileira formou-se durante os séculos de colonização,
pela fusão entre as culturas dos indígenas, dos europeus, especialmente
portugueses, e dos escravos trazidos da África subsahariana. A partir do século XIX, a
imigração de europeus não-portugueses e povos de outras culturas, como árabes e
asiáticos, adicionou novos traços ao panorama cultural brasileiro. Também foi
grande a influência dos grandes centros culturais do planeta, como a França,
a Inglaterra
e, mais recentemente, dos Estados Unidos, países que exportam hábitos e
produtos culturais para o resto do globo.
A
mais evidente herança portuguesa para a cultura brasileira é a língua portuguesa, atualmente falada por
virtualmente todos os habitantes do país. A religião católica, credo da maioria da
população, é também decorrência da colonização. O catolicismo, profundamente
arraigado em Portugal, legou ao Brasil as tradições do calendário religioso,
com suas festas e procissões. As duas festas mais importantes do Brasil, o carnaval
e as festas juninas, foram introduzidas pelos
portugueses. Além destas, vários folguedos regionalistas como as cavalhadas,
o bumba-meu-boi,
o fandango
e a farra do boi
denotam grande influência portuguesa. No folclore brasileiro, são de origem portuguesa a
crença em seres fantásticos como a cuca, o bicho-papão e o lobisomem,
além de muitas lendas e jogos infantis como as cantigas de
roda.
Na culinária,
muitos dos pratos típicos brasileiros são o resultado da adaptação de pratos
portugueses às condições da colônia. Um exemplo é a feijoada brasileira, resultado da adaptação dos
cozidos portugueses. Também a cachaça
foi criada nos engenhos
como substituto para a bagaceira portuguesa, aguardente derivada do bagaço da uva.
Alguns pratos portugueses também se incorporaram aos hábitos brasileiros, como
as bacalhoadas
e outros pratos baseados no bacalhau. Os portugueses introduziram muitas espécies novas de
plantas na colônia, atualmente muito identificadas com o Brasil, como a jaca e a manga.
De
maneira geral, a cultura portuguesa foi responsável pela introdução no Brasil
colônia dos grandes movimentos artísticos europeus: renascimento,
maneirismo,
barroco,
rococó
e neoclassicismo.
Assim, a literatura,
pintura,
escultura,
música,
arquitetura
e artes decorativas no Brasil colônia denotam forte influência da arte
portuguesa, por exemplo nos escritos do jesuíta
luso-brasileiro Padre Antônio Vieira ou na decoração
exuberante de talha dourada e pinturas de muitas igrejas
coloniais. Essa influência seguiu após a Independência, tanto na arte popular
como na arte erudita.
2. Literatura
As
primeiras manifestações literárias no país são relatos descritivos sobre o
território inseridos no contexto do descobrimento e início da colonização, das
quais a mais célebre é a carta de Pêro Vaz de Caminha (1500), descrevendo o
encontro entre portugueses e os indígenas. A produção literária no Brasil ganha
impulso no período barroco, em que se destacam o poeta Gregório de Matos (1636-1696) e o jesuíta Padre Antônio Vieira (1608-1697). No
século XVIII surge o Arcadismo, em que se destacam autores como Cláudio Manuel da Costa (1729-1789), Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) e Basílio da
Gama (1740-1795).
A
preocupação em produzir uma literatura nacional começa com escritores românticos como José de
Alencar (1829-1877) e Gonçalves
Dias (1823-1864), que buscam temáticas brasileiras como o
indigenismo e o regionalismo. O Romantismo é sucedido pelo Realismo
e o Naturalismo,
em que despontam autores como Aluísio
Azevedo (1857-1913) e Machado de
Assis (1839-1908), este último por muitos considerado o maior
escritor do século XIX no Brasil. No Simbolismo
destacou-se o poeta Cruz e Sousa (1861-1898) e no Parnasianismo
Olavo Bilac
(1865-1918).
No
início do século XX desponta o Modernismo, destacando-se nesse contexto o Movimento antropofágico e seus promotores
na literatura e artes em geral, como os escritores Mário de Andrade (1893-1945) e Oswald de
Andrade (1890-1954). O movimento têm por princípio rejeitar os
valores europeus e buscar aquilo que é genuinamente nacional, digerindo a
cultura estrangeira e devolvendo-a sintetizada à nacional. Outros nomes
importantes foram os poetas Manuel
Bandeira e Menotti del Picchia. A partir disso surge uma
segunda geração de escritores que valorizam o regionalismo e a literatura
socialmente engajada, com representantes como Jorge Amado,
Cecília Meirelles, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano
Ramos, Érico Veríssimo e muitos outros. Mais tarde
surgem outros grandes escritores mais difíceis de classificar, de grande
profundidade psicológica, como Clarice
Lispector, Guimarães Rosa e João Cabral de Melo Neto, estes dois
últimos com tendências regionalistas.
3. Artes visuais e Artesanato
Durante
o período colonial o mais destacado das artes plásticas foi a escultura em talha dourada
de tradição portuguesa que decorava o interior de edifícios religiosos. Nesse
campo sobressaem escultores como Francisco Xavier de Brito (m.1751), Valentim da Fonseca e Silva, o Mestre
Valentim (c.1745-1813) e Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho
(1730-1814), este último responsável por talvez a maior obra escultória do
período colonial: as estátuas dos profetas no adro do Santuário de Congonhas. Na pintura foram
máximos representantes Manuel da Costa Ataíde (1762-1830) e José Joaquim da Rocha (1737-1807), autores
de pinturas ilusionistas de caráter barroco-rococó nos forros de madeira de
igrejas mineiras e nordestinas. Além destes, destaca-se também a produção de
artistas que durante o período colonial registraram as paisagens e hábitos
locais, como Albert Eckhout e Frans Post
no século XVII, Leandro Joaquim no século XVIII - considerado o
primeiro pintor paisagista nascido no Brasil - e Jean-Baptiste Debret no século XIX.
A pintura
brasileira do Século XIX é bastante acadêmica, altamente influenciada pelo
trabalho da Missão Artística Francesa, da qual faziam
parte pintores como Jean Baptiste Debret e Nicolas-Antoine Taunay. A Escola de
Belas Artes fundada pelos membros da Missão influenciou a arte
acadêmica brasileira do século XIX. Desse período, destacam-se as pinturas
históricas de Victor Meirelles e Pedro Américo.
Já mais perto do final do século surgiram pintores e escultores filiados aos
últimos movimentos artísticos, importados da França, como o Realismo
(Almeida Júnior), o Impressionismo,
o Simbolismo
e a Art nouveau
(Eliseu
Visconti).
4. Música
Alguns
dos gêneros musicais populares, originários do
Brasil mais conhecidos são o Choro, o Samba, a Bossa Nova e a Música Popular Brasileira. Como chorões
podemos destacar Pixinguinha, Jacob do Bandolim,
Waldir
Azevedo e Altamiro Carrilho. Exemplos de sambistas são Cartola
e Noel Rosa.
O maestro Tom Jobim,
o poeta Vinícius de Moraes e João Gilberto,
por outro lado, são nomes conhecidos ligados à Bossa Nova e cuja obra teve
repercussão internacional, tendo sido gravada por nomes como Frank Sinatra
e Stan Getz.
Posteriormente à Bossa Nova, o movimento conhecido como Tropicália
também teve um papel de destaque como música de vanguarda e experimental.
Mas
o Brasil tinha também um papel importante na tradição clássica. Considera-se
que o primeiro grande compositor brasileiro foi José Maurício Nunes Garcia, contemporâneo
de Mozart
e Beethoven.
Carlos Gomes,
autor da ópera
O Guarani,
adaptação do romance homônimo de José de
Alencar, foi o primeiro compositor brasileiro a ter projeção
internacional. No século XX destaca-se o trabalho de Heitor Villa-Lobos, responsável pela
assimilação pela música erudita de diversos elementos da cultura
popular, como os violões e determinados ritmos. Outros compositores
importantes, na linha da música erudita são Guerra Peixe,
Cláudio Santoro e Camargo
Guarnieri.
5. Arquitetura
De
maneira geral, a arquitetura realizada durante o período colonial em território
brasileiro seguiu de perto os modelos portugueses, sucedendo-se o maneirismo
(ou estilo chão),
o barroco, o rococó e o neoclassicismo. No século XVIII, a arquitetura ganha
maior liberdade formal em algumas obras religiosas mais ousadas, realizadas nos
grandes centros artísticos coloniais como Recife, Salvador, Belém do Pará, Rio
de Janeiro e Minas Gerais, que contaram com arquitetos como José Fernandes Pinto Alpoim, Antônio José Landi, Francisco de Lima Cerqueira e outros.
Minas, em particular, se destaca pela grande diversidade de igrejas barrocas e
rococós do período, como na Igreja do Rosário de Ouro
Preto, o Santuário de Congonhas, a Igrejas de São Francisco
de São João del-Rei e São Francisco de Ouro Preto,
estas últimas com portadas esculpidas pelo Aleijadinho.
Já o século XIX, sob a influência da Escola de Belas Artes no Rio, foi dominado
pela arquitetura neoclássica, propagada pelo
professor da escola Grandjean de Montigny e seus seguidores
como José Maria Jacinto Rebelo, Joaquim Cândido Guilhobel e José
Bethencourt da Silva.
Os
finais do século XIX e inícios do XX se caracterizam pela arquitetura eclética e o historicismo (neogótico,
neocolonial),
como visto, por exemplo, nos projetos do escritório de Francisco de Paula Ramos de Azevedo
em São Paulo e na abertura da antiga Avenida
Central no Rio de Janeiro. Em paralelo aos movimentos art nouveau
e art déco,
a arquitetura moderna teve seu início em São Paulo na Casa Modernista levantada
por Gregori Warchavchik para sua residência em
1928. A partir daí a arquitetura moderna aumenta sua influência e alcança um
ponto de inflexão na construção do Palácio Capanema (1936-1945) no Rio de Janeiro,
construído sob a supervisão de Le Corbusier
por uma equipe composta pelos nomes que fariam história na arquitetura
posterior, como Lucio Costa e Oscar
Niemeyer. Estes dois foram responsáveis pelo ponto culminante no
movimento modernista, o desenho urbanístico e projeto dos edifícios de Brasília,
inaugurada em 1960.
6. Folclore brasileiro
O
folclore brasileiro também conhecido como "Mitologia
brasileira", é um conjunto de mitos e lendas
transmitido oralmente através das gerações com a finalidade de ensinar algo ou
meramente nascido da imaginação do povo. Por ser o Brasil um país de dimensões continentais,
possui um folclore
bastante rico e diversificado e suas histórias
enaltecem o conhecimento popular e encantam os que as escutam.
6.1- Folclore na Música
Caracteriza-se
pela simplicidade, monotonia e lentidão. Sua origem pode estar ligada a uma
música popular cujo autor foi esquecido ou pode ter sido criada espontâneamente
pelo povo. Observa-se a música folclórica sobretudo em brincadeiras
infantis, cantos
religiosos, ritos,
danças
e festas.
São exemplos: cantigas de roda; Ciranda cirandinha, acalantos;,
modinhas;,
cantigas de trabalho;, serenatas;, cantos de velório;,
cantos de cemitério; canto[ciranda cirandinha];
6.2- Folclore: Danças e festas
As danças
acompanham as músicas em vários rituais folclóricos, sendo as principais
danças folclóricas brasileiras samba, baião, frevo, xaxado, maracatu,
tirana,
catira,
quadrilha. As principais festas são Carnaval,
Festas
juninas, Festa do Rosário, Festa do
Divino, Congado e as Cavalhadas.
6.3- Linguagem
As
principais manifestações do folclore na linguagem popular são as seguintes:
- Adivinhações: também chamados de adivinhas. Consistem em perguntas com conteúdo dúbio ou desafiador.
- Exemplo:
- O que é o que é?
- Está no meio do começo, está no começo do meio, estando em ambos assim, está na ponta do fim?
- Branquinho, brancão, não tem porta, nem portão?
- Respostas:
- A letra M
- Ovo
- Parlenda: são palavras ordenadas de forma a ritmar, com ou sem rima.
- Provérbios: ditos que contém ensinamentos.
- Quadrinhas: estrofes de quatro versos sobre o amor, um desafio ou saudação.
- Piadas: Piada ou Anedota é uma história curta de final geralmente surpreendente e engraçado com o objetivo de causar risos ou gargalhadas (ou sensação de) no leitor ou ouvinte. É um tipo específico de humor que, apesar de diversos estilos, possui características que a diferenciam de outras formas de comédia.
- Literatura de Cordel: livrinhos escritos em versos, no nordeste brasileiro, e pendurados num barbante (daí a origem de cordel), sobre assuntos que vão desde mitos sertanejos às situações social, política e econômica atuais.
- Frases prontas: frases consagradas de poucas palavras com significado direto e claro.
Frases de pára-choque de caminhão: frases humorísticas ou religiosas que
caminhoneiros pintam em seus pára-choques. Ex. Trabalho com minha família
para servir a sua
- Trava-Língua: É um pequeno texto, rimado ou não, de pronunciação difícil. Podemos definir os trava línguas como frases folclóricas criadas pelo povo com objetivo lúdico (brincadeira). Apresentam-se como um desafio de pronúncia, ou seja, uma pessoa passa uma frase díficil para um outro indíviduo falar. Estas frases tornam-se difíceis, pois possuem muitas sílabas parecidas (exigem movimentos repetidos da língua) e devem ser faladas rapidamente. Estes trava línguas já fazem parte do folclore brasileiro, porém estão presentes mais nas regiões do interior brasileiro.
6.4- Usos e costumes
Neste
campo inclui-se ítens à respeito da alimentação,
cultivo,
vestuário,
comportamento, etc, de um povo de uma região, que tem costumes de ir a varios lugares.
6.5- Brinquedos e brincadeiras
Os brinquedos
são artefatos para serem utilizados sozinho, como a boneca de pano,
o papagaio (pipa), estilingue
(bodoque), pião
, arapuca
, pandorga,
etc.
As brincadeiras
envolvem disputa de algum tipo, seja de grupos ou individual, como o pega-pega,
bolinha-de-gude,
esconde-esconde,
resgate,
nunca 3, pique bandera, etc.
As
brincadeiras se modificam de acordo com sua região,
pode ser mudar o nome ou então a forma de brincar.
Algumas lendas, mitos e contos folclóricos do Brasil: Boitatá,
Boto,
Caipora,
Chupa-cabra
– Cuca
– Curupira
– Lobisomem
– Iara
– Mula-sem-cabeça – Negrinho do Pastoreio - Corpo-seco
– Pisadeira
– Mapinguari
– Mãe-de-ouro
– Saci Pererê
– Vitória Régia
7.
CULINÁRIA
A culinária
do Brasil é fruto de uma mistura de ingredientes europeus, indígenas
e africanos[1]. Muitas das técnicas de preparo e ingredientes são
de origem indígena, tendo sofrido adaptações por parte dos escravos e dos portugueses. Esses faziam
adaptações dos seus pratos típicos substituindo os ingredientes que faltassem
por correspondentes locais. A feijoada, prato típico do país, é um exemplo disso[2]. Os escravos trazidos ao Brasil desde fins do século XVI,
somaram à culinária nacional elementos como o azeite-de-dendê
e o cuscuz.
As levas de imigrantes recebidas pelo país entre os séculos XIX
e XX,
vindos em grande número da Europa, trouxeram algumas novidades ao cardápio nacional e
concomitantemente fortaleceu o consumo de diversos ingredientes. Os hábitos alimentares variam de região para
região de acordo com a história, tanto que é normal desconhecerem-se os
quitutes de outras regiões.
7.1- Pratos típicos do Norte e Nordeste
Os
pratos do Norte do Brasil têm maior influência dos ingredientes indígenas.
Pratos conhecidos incluem o picadinho de jacaré (prato
feito com a carne do jacaré), o pirarucu de casaca, preparado com azeitonas, ovos e cheiro-verde,
o tacacá,
o açaí,
o pato no
tucupi, prato consumido geralmente na época do Círio de Nossa Senhora de Nazaré,
e a maniçoba.
A culinária nordestina é fortemente influenciada pela suas
condições geográficas e econômicas ao longo da história, assim como pela antiga
mistura das culturas portuguesa, indígena e africana, iniciada ainda no século XVI.
As comidas quase sempre têm como ingredientes produtos vegetais - muitas vezes
cultivados pelos índios desde muito antes da colonização portuguesa -, carnes
de gado bovino
e caprino,
peixes e frutos do mar, variando bastante de região para região, de acordo com
suas características peculiares.
Pratos
característicos da Região Nordeste incluem a a tapioca,
o vatapá,
a moqueca
(ambos com frutos do mar e azeite-de-dendê),
o baião de dois (feito de arroz e feijão,
com diversas variedades, geralmente incluindo também carne seca, queijo coalho,
manteiga da terra ou nata), o acarajé (um bolinho de feijões brancos e cebola
fritado no azeite de dendê recheado com camarões, pimenta vermelha, tombado
pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional como patrimônio imaterial
em 2004, o mugunzá (feito de feijão e milho, sendo doce em algumas áreas e, em outras, salgado, com
lingüiça), caruru (quiabo e
castanhas de caju, camarões, pimenta e alho), iguaria de origem indígena
adaptado pelos escravos nos engenhos e servido aos orixás e o sarapatel.
Outras
comidas tradicionais são a farofa, a paçoca, a canjica, pamonha,
a carne-de-sol,
a rapadura,
a buchada de
bode, o queijo coalho, o siquilho, o alfinim, a
panelada, a maria-isabel o carneiro cozido e a galinha à cabidela. Um bolo originário de
Pernambuco[8], mas que posteriormente espalhou-se pelo país é o bolo de rolo,
feito com farinha de trigo e recheado . No Maranhão,
desenvolveu-se o cuxá
com base em uma erva africana, a vinagreira, recebe ainda o caruru e a
língua-de-vaca, outra erva.
A
influência africana se estende principalmente pela costa de Pernambuco
à Bahia.
No restante da costa e no interior, há menos influência da culinária africana.
Na costa, são comuns os mariscos, e, em toda a região, as frutas tropicais. As
mais conhecidas são as mangas, mamões, goiabas, laranjas, maracujás,
abacaxis,
fruta-do-conde,
e cajus
(a fruta e a castanha), mas são muito consumidas também frutas mais exóticas,
como o cajá,
a seriguela,
a cajarana,
a pitomba
e o buriti.
O pequi
é também comum em algumas partes do Nordeste, como no sul do Ceará,
e é usado em comidas regionais. Diversas variedades de doce são comumente
produzidas a partir dessas frutas tropicais, assim como mousses e bolos.
7.2- Pratos típicos do Centro-Oeste
O pequi é muito popular na
culinária do estado de Goiás comido geralmente com o arroz. Peixe e carne das
fazendas da região dominam o cardápio, juntamente com soja, arroz, milho e
mandioca. O Estado de Mato Grosso do Sul, por ser um estado jóvem, teve grande
influência de diversas outras regiões do país, do Sul o apreço pelo churrasco e
pelas massas, do Nordeste o uso da mandioca e da farinha torrada. Os póvos
índigina contribuíram com a utilização de pescados, palmito selvagem e raízes,
os pantaneiros tiveram grande infliência na culunária dtambém. Devido a grandes
distâncias percorrida pelas comitivas (deslocamento de grande quantidade de
gado)era preciso preparar alimentos ricos em gordura e de fácil preparo, sua
alimentação era basicamente churrasco com arroz, as sobras da carne assada no
dia seguinte virava um carreteiro. Também era muito apreciado o macarrão
boiadeiro, é como se fosse uma espécie de sopa com pouco caldo.
7.3- Pratos típicos do Sudeste
Em
Minas Gerais, os pratos regionais incluem milho, carne de porco, queijo minas, o pão de queijo,
o feijão tropeiro, angu, o tutu à mineira, uma pasta
de feijão com farinha de mandioca e bananas fritas. Uma comida típica de São Paulo
é o virado à
paulista, o qual é feito com arroz, tutu de
feijão (massa de feijão com farinha de mandioca), couve-de-folhas
salgada e pedaços de carne de porco. Na cidade de São Paulo é possível
encontrar grande variedade de culinárias, da francesa à chinesa.
O
prato local no Espírito Santo é a moqueca
capixaba (a qual inclui principalmente peixe e tomates), diferente
do prato baiano apenas no preparo, pois o último receberia azeite-de-dendê e
leite de coco[8].
7.4- Pratos típicos do Sul
No
Rio Grande do Sul já é tradicional o churrasco,
ou seja, carne bovina assada em churrasqueiras.
A comida tradicional do estado do Paraná é o barreado,
carne cozida em panelas de barro, por vezes colocadas debaixo da terra para
cozinharem sob o calor do sol, e comida com farinha.
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