Mater
dolorosa
Otto Lara Resende
Em casa, como em toda a cidade, ninguém se lembrava
mais do dia em que Mamãe caiu doente. Talvez tenha sido antes do parto, talvez
depois do parto, quando sofreu a ameaça de eclâmpsia. Ou no inverno do ano
seguinte, quando tirou um litro de pus dos pulmões por causa de uma pleurisia. Também
podia ser na ocasião em que ficou fraca do peito e precisou de punção e
sinapismo. Começou aí a fase das cataplasmas e das ventosas. Era uma agonia só,
na noite impregnada pelo forte cheiro de éter.
— Sua mãe não pode ser incomodada — as tias
recomendavam.
Era assim desde que me entendia por gente. Assim
tinha sido desde sempre, desde o começo do mundo. Proibido fazer barulho —
Papai tinha escrito em várias portas. Mas queria era dependurar uma placa bem
visível no poste, pedindo silêncio à rua como diante do hospital. Atrás do alto
muro de hera, o jardim descuidado isolava ainda mais a nossa casa. Na rua
calada, ninguém ria, ninguém cantava. As crianças iam brincar longe, depois da
esquina. O afiador de faca suspendeu o silvo estridente com que chamava a
freguesia. Nenhum ambulante gritava mais o seu pregão.
De começo, Papai e as tias ainda se queixavam da
falta de educação dos estranhos que passavam indiferentes pela calçada. Como é
que alguém neste mundo podia rir, enquanto Mamãe gemia cheia de escaras no seu
leito de dor. Pois um vizinho do lado de cima chegou a dar uma festa. O alarido
das vozes e da música batia nas vidraças cerradas e nos unia com rancor contra
o disparate daquele herege. Papai já estava disposto a ir dar um tapa de luva
naquela gente sem entranhas, mas tia Vera não deixou. Papai podia perder o
controle e explodir em sua santa cólera. Afinal a Encarnação foi lá, deu o
recado e voltou triunfante:
— Por favor, Dona Maria está passando muito mal.
A festa parou por uns momentos, mas logo recomeçou.
O xale nos ombros, o terço na mão, tia Dulce desfiava jaculatórias e responsos.
Invocava Santo Antônio, exigia um milagre de São Judas Tadeu. Depois rezou ao
Senhor do Monte das Oliveiras, do Gólgota, do Calvário. A algazarra diminuiu,
mas o vozerio continuou. Janelas e portas hermeticamente fechadas, a Encarnação
vedou qualquer abertura com travesseiros e cobertores. Altas horas a música
penetrou alegre pelas frinchas da casa abafada e continuou pela noite adentro.
Papai se trancou amargo no escritório.
— Falta de respeito — resmungou tia Vera, e foi
render tia Dulce na vigília ao pé do leito.
Juntas, as tias imploravam a Mamãe que tivesse
paciência. Meditasse na descida da Cruz, na agonia do Horto. Nas sete dores de
Nossa Senhora. No dia seguinte, os ombros caídos, as olheiras fundas, Papai
saía e entrava como uma sombra. Era preciso tomar cuidado, exigir mais atenção.
Uma por uma, as vasilhas tinham de ser esterilizadas. Já não bastava uma bolsa
de água quente. Eram necessárias duas e três, que se alternavam nas costas, no
ventre, nos pés. De costas ou de bruços, deitada ou recostada, nada satisfazia
a paciente. O ouvido apurado percebia ao longe qualquer barulho. Vozes e passos
a enervavam, mesmo que só ela os pudesse ouvir. De madrugada o leiteiro já não
tilintava as garrafas na porta. O padeiro se anunciava com um murmúrio e
deixava o pão em cima do portãozinho. Porque Mamãe estava doente era preciso
evitar os golpes de ar. Em permanentes fumigações, as tias contra o ar viciado
queimavam essências pelos cantos. A casa recendia a eucalipto e a incenso, a
alfazema e a rosmaninho, mas todos os aromas denunciavam que Mamãe estava
doente. Compungidos, os passantes policiavam os pés e prendiam a respiração,
para não tossir. Ninguém deixava de exprimir piedade e comiseração.
— Dona Maria não está passando nada bem — o refrão
acompanhava as freqüentes notícias de cólicas e as sucessivas injeções.
O médico passava amiúde antes do almoço, para tomar
a temperatura e recolher o relatório da véspera. Voltava às vezes à tardinha e,
conforme o caso, aparecia também à noite. Conversava a meia voz com Papai e as
tias, trêmulas, curiosas, não ousavam se aproximar. Era preciso guardar
distância do terrível segredo. Só o chefe da casa podia ficar sabendo. Debaixo
do maior sigilo as tias estimularam a Encarnação a procurar rezadeiras e
curandeiros.
Estava convocada mais uma conferência médica, mas
era preciso mandar vir especialistas de renome. Podia ser volvo ou nó nas
tripas e seria caso de cirurgia. Mamãe não estava em condições de viajar até um
lugar de recursos. Podia não resistir. A portas fechadas, em vão se reuniram os
doutores no escritório do Papai. O diagnóstico teimava em ser impreciso e o
prognóstico era cada vez mais sombrio. Sífilis também? Nada era improvável. E
sobrevinha o medo das complicações, ao lado do fantasma da tuberculose que
rondava a família e ostentava o rol macabro dos antecedentes.
No quarto lá em cima, as mãos crispadas no peito,
Mamãe tinha tonteiras e desmaios, tremores e delírios — e ainda tinha forças
para um choro convulso, entremeado de soluços de cortar o coração. Puxava a
cabeleira molhada de suor. Divagava, desmaiava. Dura, inconsciente, os seus
ossos estalavam. A febre queimava os lençóis. Na cabeceira da cama se
amontoavam as medalhas milagrosas, os bentinhos e as relíquias. Na alcova ao
lado foi armado um oratório com o Cristo da Cana Verde, com uma lamparina acesa
aos seus pés. Na vã tentativa de aliviar as dores, o quarto dispunha agora de
outra cama, bem alta e dotada de dispositivos que nem o hospital conhecia. As
tias manejavam a manivela dia e noite, para baixo, para cima, sem resultado.
Sob os lençóis, ou já sem recato, Mamãe fazia as
suas necessidades na comadre esmaltada. A muito custo vertia a sua ameaçadora
urina cor de cobre. Junto da lâmpada vermelha na cabeceira, a campainha em
forma de pêra tinha de estar ao alcance de sua mão. Ignorava a presença de quem
estivesse no quarto e tocava a campainha, que soava nervosa na copa e na
cozinha. Identificava pelo tato o rosário com bênção especial do Papa. Junto do
abajur, a garrafinha com água de Lourdes garantia a proteção da pequena Teresa
do Menino Jesus.
— Coitada, é uma santa — e com jeito tia Vera
pregava mais um Agnus Dei na camisola que acabava de ser trocada. Como nunca
ninguém sofreu tanto assim, imóvel na cadeira de balanço, Papai sonhava com
sumidades médicas que mandaria buscar onde quer que estivessem. Depositava os
óculos no colo e, olhos fechados, tomava sal amargo. Interrogava calado os
desígnios do céu. Na penumbra de dentro de casa, as cortinas empoeiradas
pesavam até o chão, sempre fechadas. Todo mundo instalou na garganta uma
surdina. A nova copeira foi mandada embora porque teve o descaramento de soltar
uma gargalhada. Quem podia rir entre tantas dores?
Chinelas de feltro, as dolorosas tias subiam e
desciam as escadas, no leva-e-traz de emplastros, garrafas, vidros e pacotes de
algodão e gaze. Com um fiapo de voz, tia Dulce cochichava que talvez fosse o
caso de um cataplasma de mostarda. O dorso curvo, meio corcunda, tia Vera não
podia deixar de concluir a novena do Senhor Morto. De madrugada as duas
tropeçavam no escuro uma na outra, entre sustos e sobressaltos. Aflitas,
esperavam pelo nascimento do sol, como se com o dia todas as ameaças se
retirassem para longe da nossa casa.
Porque Mamãe estava doente, almoçávamos depressa e
mal. Papai, inapetente, ouvia insistentes apelos e não se alimentava. O apetite
podia ser um insulto em casa de tanto sofrimento. Era preciso impedir que o
aroma do café recém-passado se espalhasse para além da cozinha. Seria uma falta
de respeito logo pela manhã. De dia e de noite, chás, papas e mingaus
aguardavam a hora de serem levados para cima. Mamãe não dispensava o seu pirão
de farinha, sua canja insossa, seus caldos engrossados.
Prescrito o regime de superalimentação, tudo foi
feito com todo cuidado, mas Mamãe se recusava a comer. Diante da bandeja em
cima do tabuleiro, as tias suplicavam que comesse. Apalpasse o seu ventre
murcho. Nos quadris os ossos estavam à mostra. Arrastada pelas tias escada
acima, a Encarnação ia dizer que tinha conseguido um tempero inocente. Não iria
contrariar as ordens médicas. Mas a Dona Maria não achava sabor em nenhuma
iguaria e tinha medo de congestão. Tirassem tudo da frente dela, que já estava
suando frio.
Só depois de terminada a batalha no andar de cima,
começava embaixo o almoço dos que não estavam doentes. Uma Pietà pendia da
parede e, num silêncio constrangido, ninguém confessava a própria fome.
— Passe a abobrinha — dizia um e logo se
envergonhava. Tia Vera comia escondido na cozinha e se lamuriava com a mão no
queixo — não tinha o menor apetite. Tia Dulce lambiscava o dia todo e insistia
com Papai para que comesse ao menos um pouquinho da sobremesa — pela Santíssima
Virgem Maria, por Nossa Senhora da Conceição, pelo Senhor do Gólgota e pela sua
coroa de espinhos. Doente, bastava Mamãe naquela casa. Havia muito o jantar
tinha sido esquecido. Todos evitavam se sentar à mesa para o inconcebível
festim. Cada qual comia para o seu lado — na cozinha ou na copa, sentado numa
ponta de tamborete ou em pé. Passava despercebida a hora vergonhosa de matar a
fome. Sem molhos ou requintes, todos se despachavam. Se Papai rodava a
colherinha na xícara de café requentado, logo se desculpava com um olhar
fúnebre.
Recolhido ao escritório tarde da noite, só o
chamavam em caso de necessidade. Uma crise de falta de ar, uma palpitação que
podia precipitar o desenlace. Uma dúvida na administração do xarope e da poção.
Um curativo mais delicado. Punha a seringa para ferver e aplicava a injeção de
coramina. Óleo canforado, murmuravam as tias. Calmantes e analgésicos fricções
e escalda-pés vinham acompanhados por palavras de conforto e súplicas de voz
embargada. Crises, cólicas, suores noturnos. Acessos de tosse, vertigens ou
dispnéias — à noite tudo podia acontecer.
De plantão até tarde, Papai dormia sobressaltado,
entre gemidos e suspiros que o silêncio da noite levava por toda a casa. Então
se recolhia ao escritório, a porta fechada. Ninguém queria que se sacrificasse.
As tias queriam poupá-lo para as horas difíceis. Tudo era motivo de alarme. A
campainha da porta foi desligada desde o momento em que quase provocou um
desastre fatal. Mamãe despertou com ânsias de vômito e calafrios.
A doente tinha de ser preservada. Nenhuma
preocupação podia chegar até ela. Não perguntava por mais ninguém. Vivia só
para a sua doença. Seu martírio, coitada. Sua flagelação. Hora a hora, um dia
depois do outro, o tempo, imóvel, tinha sido coagulado. Só tia Vera ainda
ousava animá-la: ia ficar boa, já convalescia. Mas como tia Dulce, sabia de cor
o ofício dos agonizantes e aguardava o dies irae. 0 vigário espaçava as visitas
para o viático. A misteriosa hóstia branca no radioso cibório. Chegou a época
da visita do Senhor Bispo à paróquia e ele veio abençoar a enferma e consolar
os aflitos.
— Desta cama só para o túmulo — Mamãe choramingou.
Avisados com antecedência, recebemos a consoladora visita episcopal. Vermelhas
vestes, sapatos de fivela, respeitoso anel, o Senhor Bispo se acomodou na sala
de visitas, que se abriu para recebê-lo. Um chá-da-índia caprichado lhe foi
servido na melhor porcelana. Aceitou um fino licor de jenipapo, da melhor
frasqueira. Afável, o Senhor Bispo dispensava a genuflexão e se deliciava com o
doce de coco com ovo, uma especialidade da Encarnação. Mas isto foi de outra
vez. Os dedos melados, o Senhor Bispo me afagou, paternal, as bochechas
espantadas.
— Deus é grande — murmuravam as tias, enquanto na
rua juntava gente por causa da visita do Senhor Bispo. Era uma fineza muito
especial para com a Dona Maria e para com toda a família. Ninguém mais duvidou
de que Mamãe estava gravemente enferma. Seus males resistiam a todos os
recursos da ciência médica. Parentes e amigos multiplicavam as promessas e as
novenas. Nossa Senhora Visitadora veio com a sua capa prateada, subiu as
escadas e foi devotamente exibida à doente.
A casa recendia a lírio, dama-da-noite e jasmim. Ao pé do Sagrado Coração de
Jesus foi posto um ramo de rosas. Fortalecida a fé pela visita do Senhor Bispo,
à noite rezávamos o terço. Duas ou três beatas foram admitidas, por sugestão do
vigário. Mas não passaram do andar de baixo e tia Vera lhes pediu que rezassem
baixinho. E nada de cantoria, para não perturbar o repouso da pobre sofredora.
A lâmpada de azeite estalejou noite adentro e, no dia seguinte, a vida
prosseguiu em sua pesada rotina. Porque Mamãe estava doente, tudo era triste,
opaco e funesto.
Menos o sabiá que ganhei de presente do meu
padrinho. Um sabiá graúdo e animado como nunca vi igual. Horas entretido com
ele, esqueci até de almoçar, como disse tia Vera. Mamãe tão doente e eu
perdendo tempo com um passarinho — tia Dulce achou que era pecado. Papai não se
abalou para ir vê-lo. Mas ainda assim achou que estava deslocado numa casa
envolvida pelas sombras da morte.
Espadanejando asas e penas contra as varetas da gaiola, o bico aberto, algumas
horas depois o sabiá só queria fugir da prisão. Em vão tentei acalmá-lo.
Desprezou a talhada de mamão e nem olhou para o alpiste que lhe ofereci. Piava
triste e zangado, arrepiava as penas e só pensava em fugir para bem longe.
Primeiro arisco, depois encorujado, sujava a gaiola e o chão que ficava à sua
volta. Quando a Encarnação ameaçou soltá-lo, mudei a gaiola para o meu
esconderijo no fundo do quintal.
Sem cantar nem piar, o sabiá gigante acabou
esquecido. As tias nunca mais o viram. Um gato podia ter dado cabo dele, se a
Encarnação não tivesse chegado a tempo. Mas chegou na horinha e daí para a
frente tomou apego ao sabiá. Não tinha mais que fazer café e quitandas para
receber as visitas, cada vez mais escassas. De raro em raro aparecia um parente
e se contentava com o licor de tamarindo que tia Dulce fechava no
guarda-louças. Ninguém tomava como desfeita a acolhida chocha. Os vizinhos
mandavam as criadas indagar como ia passando a Dona Maria — e desejavam sem
convicção melhoras para a pobre senhora. Uma velha parenta mandou da fazenda
uma tradicional estampa da descida da Cruz.
Tomando cuidado para não misturar mezinhas,
cápsulas e comprimidos, as tias subiam apressadas em silêncio e desciam
ansiosas recitando jaculatórias. Por qualquer coisinha Mamãe revirava os olhos
e se agarrava com a relíquia de Santa Rita de Cássia. Voz firme, tia Vera lia a
bênção especial mandada pelo Monsenhor Horta. Uma vizinha fez o favor de enviar
uma garrafada em que muita gente vinha fazendo fé — da Santa Manuelina dos
Coqueiros. Mais uma vez Mamãe se despedia da vida. Os galos cantando, os cães
latindo, ao amanhecer mais uma vez Mamãe vencia a morte.
Para o caso de necessidade, a Encarnação sabia onde
estava a vela de cera do santuário de Congonhas do Campo. Acreditava, convicta,
nas suas rezas fortes, mas as tias já tinham marcado com uma fitinha roxa o
ofício dos mortos. A roupa da defunta jazia pronta no mesmo armário em que se
encontravam os tocheiros. A qualquer hora o médico e o padre podiam ser
chamados. Mamãe, porém, resistia.
Resistiu à tempestade que sacudiu as portas e
janelas e transformou a casa num navio que naufragava. Santa Bárbara e São
Jerônimo tinham nos abandonado à nossa própria sorte. Mamãe chorava, imprecava,
maldizia a natureza indiferente à sua dor. No telhado a água escachoava.
Postado na janela, Papai espiava lá fora a violência do enxurro. Tia Dulce lá
em cima beijava a mão fria da Mamãe e jurava que tudo ia passar num minuto.
Pela manhã continuava a chover. Papai calçou as galochas, enfiou a capa de
gabardine e o chapéu de feltro. Só voltou à noite e ninguém ousou perguntar
onde tinha ido.
Até que um dia, numa hora banal e preguiçosa, tendo
a Encarnação cozinhado um ensopado de carne com moranga, quando nada fazia
prever uma mudança de rumo nos acontecimentos, sozinha no quarto, cochilando
serena, Mamãe exalou o último suspiro. Sem vela na mão, sem ofício dos mortos,
sem bispo, sem padre e sem sacristão. Sem qualquer despedida, descansou. A
notícia correu pela cidade e logo começaram a chegar as primeiras visitas.
Agradecendo com polido controle cada abraço de
pêsames, subitamente de preto como se tivesse preparado o viúvo que ia ser,
Papai tomou sozinho todas as providências para o velório e o enterro. A
Encarnação acendeu na cozinha o forno e o fogão. Tinha de se prevenir para
receber os que vinham fazer quarto pelo resto do dia e entrariam pela comprida
noite solidária.
Surpresas, como se nunca tivessem esperado tamanho
choque, as tias lastimavam não ter havido tempo para chamar o padre. Rezando a
duas vozes, lavaram, perfumaram, vestiram e enfeitaram a defunta. Rosto lívido,
mãos nervosas, nariz pontudo, boca amarga, Mamãe afinal deixou o refúgio do
andar de cima. Não vi como desceu a escada, nem como chegou à sala, já com os
tocheiros acesos. O vigário mandou logo cedo o grande Crucifixo que tinha prometido.
As tias tinham certeza de que o Senhor Bispo viria para as exéquias.
Esquecido de todos, querendo ficar sozinho, saí
pelos fundos da casa e só então dei com o sabiá de novo emplumado, saltitante
na gaiola, em plena aleluia. Até que enfim tinha começado a cantar.
RESENDE, Otto Lara, O elo perdido
e outras histórias. Mater Dolorosa. São Paulo: Ática, 1994, p.48-55.