Dorme cidade, dorme
Francisco Vaz Brasil
Francisco Vaz Brasil
dorme cidade
é tarde
agora há silêncio
é tarde
agora há silêncio
os bares estão fechados
os manifestantes do ego
já partiram em suas naves
deixando pranto e solidão
os manifestantes do ego
já partiram em suas naves
deixando pranto e solidão
as excelsas naves
das trezentas belas morenas
e dos cisnes negros da glória
com seus dentes escarlate
e pele macia, partiram
das trezentas belas morenas
e dos cisnes negros da glória
com seus dentes escarlate
e pele macia, partiram
- há pedras, molotovs
Vidraças quebradas
olvidados nas sujas calçadas
Vidraças quebradas
olvidados nas sujas calçadas
há alguns grunhidos
no frio cárcere
- advoga-se o hálito burguês
no frio cárcere
- advoga-se o hálito burguês
dorme cidade
(menino, sê bom)
amanhã será outro dia
(menino, sê bom)
amanhã será outro dia
lá fora o vento gélido sopra
e os cães ladram nas delegacias
e os cães ladram nas delegacias
ainda há muito trabalho
para o alvorecer das mudanças...
para o alvorecer das mudanças...
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