sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Bela tela, Rita Prado



Bela tela,
Rita Prado

Desenhei um pingo
de noite no papel.
Reneguei o seu lado
obscuro à brancas margens.
Desejo apenas aquilo
que penso que me cabe...

Então ela se fez festa,
risos, abraços, canções,
poesias e amores.

Virei seu sujeito e tratei
de enfeitá-la com os
melhores predicados.

Tornou-se palavra verbalizada
conjugada no presente
com leveza nostálgica
mas cercada de expectativas.
avança brindando com sua magia.

De um pingo componho bela tela.
Sinônimos definhando antônimos
realçando a beleza da proposta,
contrariando sua névoa.

Assim me mantenho
intacta e inviolada.
Ao ver o sol liberar
seus primeiros raios
permito ser depósito
de sua luz.

Cuido de guardar os
experimentos noturnos
mas deixo escapar
alguns acordes.

Ainda em sintonia
como quando a lua
me banhou
faço música do dia
que se anuncia.

                                                        Permito a invasão solar
                                     até o céu pontilhado de estrelas
                                        retomar seu lugar e me fazer
                                      a corte para uma nova dança...

Rita Prado
23.10.2014.

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