William Blake
Por
Kenneth Maxwell
Mas Deus e o
infinito estavam sempre visíveis em toda parte para Blake.
Em
"Auguries of Innocence" (1807), ele escreveu:
"Para num Grão de areia o Mundo ver / E o Paraíso
numa Flor radiante / Na palma da mão o Infinito reter / E a Eternidade num
instante."
"Jerusalem",
de Blake, no arranjo de C. Hubert Parry, é executada na última noite dos
promenade concerts do Royal Albert Hall, de Londres, a cada ano. Um hino inspi"William
Blake, Apprentice & Master" é uma magnífica exposição em cartaz no
Ashmolean Museum, em Oxford. Seu foco é o aprendizado de Blake como gravurista,
seu trabalho inovador como artista gráfico, e seus anos finais de
extraordinária influência sobre um grupo de artistas mais jovens. A mostra
inclui também uma reconstituição do estúdio de gravura de Blake, com a
impressora de madeira e placas de cobre que Blake usava para produzir suas
"gravuras iluminadas".
Blake
(1757-1827) era um homem de origens modestas. Foi enviado à Pars's Drawing
School for Boys por seu amoroso pai, dono de uma pequena loja de camisas e
meias em Londres. Depois ele se tornou aprendiz de James Basire, famoso
gravurista de textos antigos e científicos para a Royal Society. Blake foi
posteriormente admitido às escolas da Royal Academy, embora não aprovasse sir
Joshua Reynolds, o presidente da academia, que ele disse ter sido
"contratado para deprimir a arte".
Blake
sempre se preocupou com a justiça social. Ele inicia assim o poema
"London", de "Songs of Experience" (em tradução de Lucas
Bertolo):
"Vago
por todas as ruas ancestrais / Donde o ancestral Tâmisa se esvai / E remarco em
cada rosto ao redor / Marcas de fraqueza, marcas de dor."
Em seu
poema "The Tyger", Blake deduz as qualidades do criador das
qualidades de sua criação:
"Tigre,
Tigre, brilho e centelha / Nas florestas da noite incendeias / Que mão ou olho
imortal ousaria / Engravar tua terrível simetria?"
Blake teve
um casamento feliz. Sua mulher, Catherine Sophie Boucher, que ele ensinou a ler
e a escrever, se tornou colaboradora bem próxima em seu trabalho.
A partir
de 1787, ele desenvolveu um método de gravura em relevo que permitia que
combinasse rápida e economicamente suas inspirações visuais e literárias em uma
mesma página, e depois disso toda a poesia que ele publicou combinava palavras
e imagens entrelaçadas. Blake jamais foi rico e não foi reconhecido em vida.
Suas maravilhosas "gravuras iluminadas" eram produzidas em edições
muito pequena rador para lembrar o maior poeta do povo londrino.
*
Os poemas originais:
"I wander thro' each charter'd
street / Near where the charter'd Thames does flow / And mark in every face I
meet / Marks of weakness, marks of woe."
*
"Tyger, Tyger, burning bright /
In the forests of the night: / What immortal hand or eye / Could frame they
fearful symmetry?"
*
"To see the World in a Grain of
Sand / and Heaven in a Wild Flower, / Hold Infinity in the palm of your hand /
And Eternity in an hour."
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/kennethmaxwell/2014/12/1564030-william-blake.shtml
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