Efêmeros...
Francisco Vaz Brasil
(To my dead Father)
Um dia estamos aqui
em outro, aquém...
Não importam adjetivações ou títulos:
bons, maus, feios, bonitos, doentes, sadios,
pretos, brancos, letrados, iletrados,
gentis, ignorantes. polidos, deselegantes.
Não importa. Todos passaremos de lado.
Do pó ao pó. Somos pó, substância sem medida.
Calamidades, enchentes, doenças, pragas,
incêndios, tiros, acidentes, beijos, soterramentos,
enforcamentos, envenenamentos. Não importa.
Todos volveremos.
Calígulas, Hitlers, Sadams, intolerantes religiosos,
guerras, revoltas, lepras, leptospiroses,
dengues, arritmias, avecês, bombas & pronomes.
Não importa o agente. Lá, a gente não sente.
O importante é que ouçamos a música,
que entendamos a palavra indizível, sensaborosa
que amemos adoidadamente,
porque a nave sempre passa
- nos campos do aquém sempre há concursos
e sempre somos escolhidos, aleiatoriamente.
Vistamos nossas roupas brancas
colhamos nossas rosas brancas
abracemos nossas rosas morenas
e um dia...
um dia nossa viagem chega
- turismo onde há ida sem volta
não precisa marcar bilhete; está reservado.
A nave é branca, todos sorriem.
Por um momento
Admiremos os lírios oníricos
e as crianças sorrindo
Toquemos aquelas canções que adoramos
Subamos no trem da alegria
e lá vamos nós...
Estamos todos de passagem
Estamos todos de passagem
Estamos todos de passagem
I love you Baby!
Silêncio... Bye!
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