quarta-feira, 15 de maio de 2013

unos versos de francisco vaz brasil

unos versos de francisco vaz brasil





Opus i

esta
terra
é minha.
pedaço imerecido
onde planto aipim
 ossos outonais
sopa do amanhã



Opus ii

meu país tem
terras roxas
tinta sangue
suor
y
lágrimas
agriculturáveis


opus iii

bloco
político
polido por
trustes y cartéis
cumpre o doloroso
dever de rifar
uma sem uso
c.b. oitenta e oito
verdadeira raridade
# quadrilha #
                                         francisco vaz brasil

Mayor mandou dinheiro pro paraíso,
Banker fazia lavagem,
Builder prometia condomínios,
mas não entregava.
Judge mandava prender;
- A TV mostrou a novela
Lawyer recebia seus fees
lavados em Fiscal Paradises.
Depois de muitas laudas
Judge mandou soltar,
Pois as Laws não se aplicavam
Habeas corpus, sursis, - pouca vergonha!
E Nobody tem nada com isso


Cancionera

Tua presença
Minha fonte
Tua ausência
Íntima morte

A cidade dorme
E num beijo imagina
Verdade e salvação

Uma criança sangra
Plasmando tierra y flor
A mão que se perdeu
Louvando destino e sorte
Saúda a multidão
(de famintos & desempregados)

Vem ó justiceiro
Parido na foz da carne
Vem salvar esta cidade
e renascer o amanhã



Réquiem d’criança

D’algum ventre surgiu
está deitada
sobre o papelão
sob a marquise
sob o banco
sob a chuva

y más otras
y otras
ahora son muchas
agora são tantas
que choram sobre
o banco da praça;

ainda não tomaram café
ontem, hoje - imemorial;
 e, agora cheiram a coisa
e, também  fumam baganas
ante o olhar sereno do maior
abandonado:
até que chegue a polícia

tudo pelo social
pelo social, tudo
social pelo todo
até o que morrer primeiro
hasta el que murir primero.


o
   olho      
imóvel
inalterável
parece buscar
pedaços de infinito:
no exílio dos silêncios
estamos  todos
de  passagem





eneros de sueños
            francisco vaz brasil

quiero tener muchos eneros
para vivir muchas morenas

soy caballero errante
de muchas plagas pisadas
de cuchillo doble amolada
gitano de la vida amante

soy caballero errante
y quiero muchos eneros
para abrazar las morenitas
besar sus bocas carnudas
en las tardes más calientes
trezentas chicas morenas
 rosas blancas en las manos
muchos eneros yo quiero
hasta los fines del tiempo








De(Sen)Terras
Francisco vaz brasil

eles vieram de várias partes
de geografias várias
esgotos/pontes/campos/religiões
ilhas/reformatórios
e favelas condominiais

alojaram-se em frente ao palácio,
deitaram sobre interrogações
forrando grama e calçada

pela palavra de ordem
da assembléia geral
decidiram invadir o palácio
e contestar o poder

plantaram paralelos de rebeldia
apontaram seus olhos vermelhos
e seus esquálidos dedos enrugados

 sorriram seus cariados dentes
discursaram frases de ponta
e seus ventres retos velavam a fome

na calçada, o livro ideológico, aberto pelo vento,
continha em uma página que teimava em afirmar:
no agri-sofrimento, o futuro do país...



preferências
francisco vaz brasil

me gusto el silêncio de la mata,
las secas hojas cayendo;
de la solitud del rio que la vida, solenemente multiplica;
me gusta el cementério, pues mucho saber encerra;
de la plaza arbórea, y del aire que a mi vida perpetua;

gusto de la manga amarilla que mi corazón ha maturado;
prefiero la índia morena, de boca carnuda, no de yesso,
de pecho alti-pontudo, de púbis que no es de bronce,
de su hálito de hortelã amanecido

detesto la intolerância
que el mundo de hoy enseña
detesto la ignorância
de quién la nariz me empina.

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