TRABALHOS DOMÉSTICOS
Edward Taylor
Faze de mim, Senhor, tua roca de fiar.
Tua Palavra Santa seja a fibra que eu uso.
Sejam-me as afeições volantes a rodar,
E faze de minh’alma o teu sagrado fuso.
Minha conversação, enfim, seja a bobina,
Que enrola o fio trançado em tal roca divina.
Para tecer a linha, faz de mim tear:
Meus carretéis, teu Santo Espírito, Senhor;
E vem tecer tu mesmo o pano. É fio sem par.
Tuas leis sejam-me a greda do pisoador.
Tinge o tecido com matizes celestiais;
Flores do Paraíso o adornem ainda mais.
Reveste-me com ele o intelecto, a vontade,
O juízo, a afeição, a consciência, a memória,
Palavras e atos, para encher sua claridade
De glória meus caminhos, e te dar mais glória.
Assim meus santos trajes vos revelarão
Que estou vestido para a glorificação.
Retirado de:
VIZIOLI, Paulo. Poetas Norte Americanos.
Antologia Bilingue. São Paulo: Lidador, 1974.
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