segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O 11 de setembro despertou o medo do fim do mundo Por Isabel Martínez Pita | EFE


O 11 de setembro despertou o medo do fim do mundo
Por Isabel Martínez Pita | EFE

O atentado às Torres Gêmeas de Nova York está prestes a completar dez anos. Aquele 11 de setembro de 2001 comoveu o mundo e despertou o medo em uma sociedade que parecia viver afastada de conflitos e desastres. Campo fértil para que alguns previssem o fim do mundo. Mas o que há de verdade em tantas profecias?

A possibilidade que a televisão nos ofereceu para assistir às sequências dos impactos e a lenta destruição das Torres Gêmeas de Nova York ficaram gravadas na memória de todo o planeta. Embora este fato tenha acontecido em 2001, não se pode negar que para a história marca o começo do século 21, de cujas calamidades e perigos alguns profetas já falavam.

Profecias que, a partir de então, adquiriram maior dimensão e não só ressurgiram, mas a estas se somaram muitas outras de supostos videntes que preconizam catástrofes e o tão temido fim do mundo. No entanto, existem profecias que, segundo especialistas, foram cumpridas religiosamente. Para Ernesto García Bermejo, astrólogo e especialista em literatura clássica esotérica, a destruição das Torres Gêmeas aparece claramente, sem necessidade de interpretações forçadas, nas profecias de João, na Bíblia.

Malaquias, João e Nostradamus
A maior parte das profecias são de difícil compreensão e, portanto, manipuláveis, segundo Ernesto. Para lê-las, segundo ele, "é preciso ser muito seletivo. As profecias mais confiáveis são as clássicas, ou seja, as dos profetas Malaquias, João e Nostradamus, que têm muitos séculos e grande índice de acertos".
 Literatura clássica esotérica serviu de fonte para profecias sobre o 11/09 (Foto: EFE).

Algumas adivinhações parecem realmente ter semelhanças com fato que ocorrerão em breve. Por exemplo, como assinala Ernesto, "na profecia de Malaquias, a lista de papas termina com o número 112. O papa atual é o 111. Cada um destes é representado por um ‘lema’ exceto o último, chamado Pedro Romano".

Bento 16 é representado com o lema “a glória da oliveira” e, como ressalta o especialista, "levando em conta que o atual papa é muito velho, não pode restar muitos anos”. No entanto, ele contesta a profecia por entender que “está unicamente relacionada à Igreja Católica".
Cada um dos 111 lemas de Malaquias coincide com o período de Pontificado de cada um dos papas. "Um exemplo muito claro – diz Ernesto – é o de João Paulo 1º, representado pelo lema 109 'De meditate lunae' (da meia lua). Seu nome era Albino Lucciani, seu nome significa luz branca. Nasceu na diocese de Belluno (do latim, da lua: luno). Foi escolhido em 26 de agosto de 1978, quando na noite de 25 para 26 a lua estava na posição de "meia lua". Também seu nascimento, sua ordenação sacerdotal e episcopal e outros importantes eventos de sua vida ocorreram em noites de meia lua".

O especialista diz que após, Pedro Romano, o profeta fala da destruição da cidade das sete colinas (Roma), cujo augúrio aparece também no livro do profeta Daniel e no Apocalipse de São João. E ressalta também que o papa Pio 10, ao morrer, predisse que um de seus sucessores sairia do Vaticano pulando por cima dos cadáveres de seus colaboradores.

"As torres de Babel da opulência"
Mas, para o especialista, são as profecias escritas por João as mais claras. "Basicamente, não se deve fazer interpretação das mesmas e, evidentemente, elas se referem à época atual, ao enumerá-las continuamente com a apostila: 'Quando começar o ano mil que segue ao ano mil', ou seja, 2000. Há exemplos impressionantes, como o que se refere ao atentado das Torres Gêmeas".

“Quando começar o ano mil que segue ao ano mil, multidão de homens serão excluídos da vida humana; não terão direitos, nem teto, nem pão. Estarão desnudos e não terão mais que seu corpo para vender. Eles serão usados longe das torres de Babel da opulência; se agitarão como um remorso ou uma ameaça; ocuparão regiões inteiras e proliferarão. Escutarão os discursos da vingança e se lançarão ao ataque das torres orgulhosas. Terá chegado o tempo das invasões bárbaras". (“O Protocolo das Profecias”, João de Jerusalém, 1040-1120, Vezelay-França).

No entanto, para o astrólogo, "o caso de Nostradamus é mais obscuro. Embora tenha grandes acertos, suas profecias podem se encaixar a posteriori, por isso podem ser duvidosas". No entanto, o astrólogo ressalta que a profecia de Nostradamus que realmente lhe interessa e lhe dá credibilidade é a da centúria X, número 72, que diz textualmente:

“No ano mil novecentos e noventa e nove sétimo mês,/
Do céu virá um grande Rei de horror,/
Ressuscitará o grande Rei de Angolmois,/
Antes e depois Marte reinará em boa dita.

"Segundo alguns especialistas, cuja opinião compartilho, isso se refere ao eclipse de agosto de 1999 que aconteceu em julho, de acordo com o calendário juliano que é o que determinava os dias na época de Nostradamus. No calendário gregoriano, que é o nosso, esse eclipse seria em 13 de agosto. O profeta o descreve como o eclipse mais escuro e negro desde o que aconteceu no momento da paixão de Jesus Cristo, e mantém que seria o sinal do céu que precederia a chegada do período mais conflituoso da história humana", afirma Ernesto.

E continua: "O evidente é que a partir de 1999 começam os problemas e, a partir dos atentados do dia 11 de setembro, não cessaram conflitos bélicos".
"Nostradamus predisse suas profecias até o ano 2200, mas isso não significa que nesse momento o mundo vá acabar, simplesmente não deu tempo de ele prever mais", afirma contundente o especialista.

O calendário maia
Em relação às supostas profecias do calendário maia, Ernesto García nega que contenha profecias e explica que "é um instrumento com o qual esta civilização dividiu o tempo em um ciclo maior de cinco períodos. O quinto ciclo termina em 21 de dezembro de 2012. É o ciclo maior com o qual põem um fim no calendário, mas isso não significa que o mundo vá acabar".

A astrologia, ciência que baseia seus conhecimentos no movimento dos astros e nas observações realizadas por astrólogos desde a Antiguidade, também pode fornecer dados reveladores sobre a opinião de Ernesto: "Os astrólogos entendem que, quanto mais lentos são os planetas, mais falam da sociedade em seu conjunto. O fenômeno mais recente é a entrada de Plutão, o mais lento deles, no signo de Capricórnio, que ocorreu entre os dias 24 e 26 de janeiro de 2008. Dois dias antes houve uma das maiores quedas da Bolsa de todos os tempos".

Ernesto expõe também que "a entrada de Plutão em Capricórnio marca uma mudança de direção de eventos. Até agora os problemas provocados pelo fundamentalismo islâmico, sobretudo a partir dos atentados do dia 11 de setembro, foram os que mais afetaram a sociedade. Esta época correspondeu à permanência de Plutão em Sagitário, signo que está relacionado com as religiões e com o estrangeiro".

Esse período tende a terminar, segundo o especialista "embora continue vivo. Na atualidade, a situação está centrada no processo econômico no qual muitas das grandes corporações balançaram, o que repercutiu no mundo do trabalho".

Para o astrólogo, "a presença de Plutão em Capricórnio, que se manterá até 2024, anuncia uma queda-de-braço entre Estados e cidadãos. Os primeiros, alegando problemas de segurança, vão realizar grandes cortes nas liberdades dos cidadãos, criando populações amedrontadas e assustadas".

"Por enquanto estamos em um período de calma com tensão mas, a partir da entrada de outro astro lento, Netuno, no signo de Peixes (3 de fevereiro de 2012), a agitação vai aumentar e a população vai desafiar mais ainda os poderosos. Possivelmente tendências como o movimento 15-M , que apareceu na capital da Espanha, ou as revoltas sociais nos países árabes e islâmicos vão abrir passagem para atitudes bastante mais contestatórias e radicais".

Mas, Ernesto conclui categoricamente: "Não falo do fim do mundo em nenhum momento. Acredito no final de uma série de situações que, evidentemente, não é preciso ser astrólogo para se dar conta de que elas têm que terminar. Haverá uma catarse porque, para que nasçam sociedades novas, têm que morrer as antigas, e nesse processo há uma parte de destruição que sempre é dolorosa".

http://br.noticias.yahoo.com/o-11-de-setembro-despertou-o-medo-do-fim-do-mundo.html?page=3

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