A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO
Francisco Augusto Vaz Brasil
Desde há tempos imemoriais os processos de comunicação são importantes para as relações entre os seres humanos e entre os próprios animais. A comunicação é feita através de sinais, de ruídos, de imagens e da fala. O ser humano além, claro, da palavra, criou outros tipos de sinais para a sua comunicação, quer seja através da fala, através da escrita, da mímica, dos sons e das imagens. Para que se realize a comunicação é necessária a presença do emissor que codifica a mensagem transmitindo-a ao receptor, que a decodifica, realiza o feedback e processa a devida resposta com a assimilação ou não da respectiva mensagem, criando aí o processo de comunicação.
A comunicação é o aspecto mais importante de uma relação. Pode também ser um dos aspectos mais difíceis. É fácil falar de coisas "boas" - como dizer a alguém que o/a amamos. Mas quando se trata de discórdia pode ser difícil aceitar opiniões e crenças. Através da palavra podemos criar situações boas ou desagradáveis no seio das famílias, empresas, sociedades e até entre nações.
Vivemos cercados de pouco entendimento entre muitas e muitas partes. Nossa vida se regula pelo nível de comunicabilidade de que desfrutamos. Podemos citar o apresentador Chacrinha, um mestre da comunicação, que consagrou como bordão a frase: "Quem não comunica se trumbica". E atualmente estamos cercados por várias mídias: a tv, o rádio, a imprensa e mais recentemente, a internet. Além das mídias que nos levam à comunicação à longa distância, lançamos mão das telefonias fixa e móvel. Mas não há nada mais eficaz que a comunicação presencial.
Nas organizações sentimos a grande importância da Comunicação Interna. Hoje, apesar de termos muitas formas de obter informações e conhecimentos, nem sempre estamos nos comunicando. Existe grande diferença entre comunicação e informação. Numa empresa não é diferente. Muitas informações são produzidas e causam impacto na vida dos funcionários, mas nem sempre geram mudanças de atitudes, ou ainda, causam confusão porque não foram divulgadas da forma adequada. Outras informações sequer chegam aos verdadeiros destinatários porque um gestor não identificou a essência comunicativa de determinado fato. Daí o valor da Comunicação Interna numa organização.
Tanto em família quanto nos negócios, não dar importância à comunicação significa perda de oportunidades de bom relacionamento. Em se tratando de clientes é pior, porque podemos perder dinheiro. Quantas vezes uma empresa deixou de captar ou manter clientes por causa da falta da manutenção constante de uma comunicação dirigida por intermédio de algum veículo?
Da mesma forma os amigos. Quem não se comunica fica de fora da roda. Se comparecermos a uma reunião, previamente marcada, cumprimos o nosso dever de participação. Se não comparecermos ao evento, ninguém corre atrás e se não justificarmos a ausência, hummm... podemos nos dar mal.
Já no casamento, a falta de comunicação adequada pode gerar frustração, medo, infelicidade, ressentimento, rebelião, e, com a repetição, pode gerar motivo para chegar ao divórcio.
A nossa percepção do mundo externo nem sempre se coaduna com a nossa percepção interior. É nessa ocasião em que a comunicação fica truncada: a incapacidade de perceber o outro, com todos os seus defeitos e suas virtudes. No rompimento familiar tudo começa quando há um truncamento na comunicação e esta falha. Não há comunicação quando os interesses dos interlocutores não satisfazem as necessidades recíprocas.
O caminho para uma boa comunicação reside em nós tentarmos ao máximo sermos nós mesmos, sem ficarmos atrás de um biombo, isto é, quando não partilhamos os nossos sentimentos, pensamentos, desejos e tudo o que é importante para nós. Quando isso é partilhado, já é meio caminho para a outra parte se interessar por nós, por nossos sonhos e anseios mais íntimos. Mas cuidado com quem partilhamos: nossa intimidade pode ser usada contra nós mesmos!
A maior parte de nossa comunicação, segundo um especialista, é realizada através da conversação. Cerca de 7% da comunicação é feita por palavras escritas; 38% por gestos ou expressões faciais e corporais e 55% é realizada através da voz.
A comunicação não se dá apenas pelo que falamos. Comunicamos-nos pelas atitudes e pelo silêncio. Nosso corpo fala por intermédio dos gestos. Comunicamos-nos também por aquilo que não dizemos, em alguma palavra oculta.
A criança compreende (o cachorro também) muito melhor pelo tom de voz do que pelas palavras. A percepção é pela maneira e não pelo que está sendo dito. Com certeza a maioria dos conflitos de relação, seja de amizade, negócios ou no lar, é devido ao tom de voz. Por exemplo, no caso de uma relação conjugal, a comunicação não-verbal positiva pode ser sentida por uma carícia, um afago, um toque terno, um abraço, um olhar amoroso, um presentinho bem escolhido fora de hora, que podem ser substituídos pela expressão verbal "Eu te amo" - na maioria das vezes omitidas pelos homens (o que não devia ser natural) mas a mulher sempre gosta de ouvir. Um amigo torna-se chegado quando procura e é procurado. E um cliente é mantido quando é lembrado de alguma forma.
Comunicação não é apenas saber falar, mas saber ouvir. Se ouvirmos mal, a resposta não deverá ser adequada - haverá problemas na comunicação. Saber ouvir é uma das virtudes importantes de quem deseja sucesso em todos os setores. É saber traduzir através das palavras bem ditas, mal ditas ou aquelas que não foram pronunciadas.
A percepção do outro é uma arte apreendida diariamente com as nossas próprias necessidades, pois conforme Rego(¹), “Nós somos do tamanho da comunicação que conseguimos estabelecer no meio em que atuamos”. Essa afirmação pode soar, num primeiro momento, estranha para a maioria de nós e principalmente para as organizações da sociedade civil, entretanto, quando pensamos um pouco na palavra chave ‘comunicação’, veremos que ela não só faz sentido como é totalmente verdadeira.
O processo comunicativo é uma necessidade essencial à natureza humana. Essa lei é imutável. A comunicação é o nosso instrumento de exploração do mundo e também é, ao mesmo tempo, o instrumento com o qual o mundo nos explora. É através desse jogo que formamos, de forma gradual, as opiniões, conceitos e juízos que nortearão nossas vidas, sem os quais seria impossível a convivência.
Desta forma, podemos ter certeza que hoje a Comunicação ocupa um papel de relevância na vida de todos nós sendo praticamente impossível sobreviver sem se comunicar, ou seja, vivemos na era da informação e comunicar-se é questão de sobrevivência, tanto no âmbito das pessoas como das organizações. É bom lembrar a preocupação de Henry Ford (empresário e iniciador da indústria automobilística americana), quando dizia “pago mais pela habilidade de lidar e de me comunicar com as pessoas que por qualquer outra habilidade”.
A comunicação social é indispensável ao desenvolvimento das nações e de todos os agrupamentos humanos. Daí decorre o valor dos meios de comunicação. Logo transferimos nosso pensamento no papel dos tambores, dos sinais de fumaça, dos apitos, dos assobios e no papel que atualmente tem sido desempenhado pelo rádio, pela televisão, pela imprensa escrita e pela Internet.
Como se tem comportado a comunicação oral - no seio da família, no ambiente da escola, no ambiente do trabalho, no consultório dos especialistas das diversas áreas de atendimento humano, nos púlpitos, cátedras e palanques?
Todos que integramos a sociedade humana temos o dever de contribuir para o bom funcionamento das comunicações sociais em todos os seus aspectos e modalidades. Desta contribuição depende muito o nosso progresso social.
Nossa omissão é co-responsável pelas distorções dos meios de comunicação os quais, por certos artifícios e práticas diversas, consciente ou inconscientemente, têm contribuído também para a violência, a corrupção e degradação dos costumes.
Somos transmissores e receptores da comunicação. E é bom que a comunicação seja sempre sincera e amistosa, pois a boa comunicação é ferramenta essencial para qualquer profissional. E isso não só para obtermos benefícios diretos para nossa carreira, mas até para desempenharmos nosso papel na função que exercemos. Há pessoas com uma excelente bagagem que não conseguem passar para uma posição de gerência, de direção, por absoluta falta de comunicação. Como poderão dirigir pessoas se não sabem como transmitir a elas o que desejam, suas metas, diretrizes e expectativas de desempenho?
O papel da comunicação começa bem antes de nossa atuação numa determinada função, começa na hora de conseguir um emprego ou um contrato para prestar um serviço ou fornecer um produto. Sem essa habilidade já saímos em desvantagem em relação aos concorrentes. E quando falamos de comunicação, trata-se de comunicação integral que envolve fala, escrita, postura e até mesmo nossas atitudes, crenças e valores. Somos o verdadeiro objeto de comunicação multimídia e deixamos nossa influência por onde passamos pelo que somos, além daquilo que dizemos ou escrevemos.
Dependendo da situação poderemos precisar de maior ou menor habilidade na fala ou na escrita, por exemplo. É de grande importância a capacidade de escrever das pessoas, mas o que o mercado exige é justamente uma capacidade maior de comunicação oral.
Para concluirmos, podemos afirmar que sem comunicação não há sociedade e nem vida organizada. Sem comunicação, seríamos apenas seres pertencentes à natureza, sem passado, sem presente, sem história, pensamento ou futuro.
(¹) REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Comunicação empresarial, comunicação institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estrutura planejamento e técnicas. São Paulo: Summus, 1986.
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