terça-feira, 29 de março de 2016
domingo, 27 de março de 2016
sábado, 26 de março de 2016
sexta-feira, 25 de março de 2016
quinta-feira, 24 de março de 2016
Educação e Criminalidade, Francisco Vaz Brasil
Educação e Criminalidade
Francisco Vaz Brasil
Vem de berço.
É algo que se aprende em casa. É através
de nossos pais que aprendemos os primeiros conceitos éticos e morais.
Jean-Jacques Rousseau ensinava que “a educação do homem começa no momento do seu
nascimento; antes de falar, antes de entender, já se instrui”.
Nosso comportamento
é moldado pela família. Educação é carinho, é aprendizado do respeito ao
próximo e tudo que a ele diz respeito. Situações econômicas nos mostram que a
educação tem, segundo Aristóteles, “raízes amargas, mas os seus frutos são doces”.
A verdadeira educação, a familiar, deve nos mostrar como devemos tratar
os nossos semelhantes, pois, segundo Immanuel Kant, “O homem não é nada além daquilo
que a educação faz dele”. Daí, sabemos que, segundo Coelho Neto, “é na educação
dos filhos que se revelam as virtudes dos pais”.
Hoje assistimos políticos brasileiros discutindo a maioridade penal,
reduzindo-a para 16 anos. Eu digo e repito, que o problema está na educação, ou
melhor, na falta dela. Confúcio, grande mestre, há muitos anos dizia que “por
natureza, os homens são próximos; a educação é que os afasta”.
A culpa de toda essa criminalidade está na educação, ou melhor, na falta
dela, pois, educação é aquilo que a maior parte das pessoas recebe, muitos
transmitem e poucos realmente a conquistaram. As mudanças de hábitos nas
famílias, onde a economia é o cinto que aperta, produz a raiz da criminalidade.
E é bom saber que, segundo Derek Bok, “que se você acha que educação é
cara, experimente a ignorância”. Educação é investimento, com retorno
garantido.
Vou insistir em dizer que a educação vem de berço, da família. E grande
parte da família brasileira tem falhado nesse quesito.
O que é ensinado em escolas e universidades não representa educação, mas
meios para que os jovens recebam formação técnica e profissional visando o seu
futuro em suas profissões.
Nesse caso, temos a educação formal e, aí entra a participação efetiva
do governo, que segundo a constituição, tem o dever de prover esta educação
formal.
Viva a Paz! Tatiana Belinky
Viva a Paz!
Tatiana
Belinky
Dois gatinhos assanhados
se atracaram, enfezados.
A dona se irritou
e a vassoura agarrou!
E apesar do frio, na hora,
os varreu porta afora,
bem no meio do inverno,
com um frio "do inferno"!
Os gatinhos, assustados,
se encolheram, já gelados,
junto à porta, no jardim,
aguardando o triste fim!
De terror acovardados,
os dois gatinhos, coitados,
não puderam nem miar,
lamentando tanto azar!
Sem ouvir nenhum miado,
a dona, por seu lado,
dos gatinhos teve dó,
e a porta abriu de uma vez só!
Mesmo estando tão gelados,
os dois gatinhos arrepiados
Zás! Bem junto do fogão
surgem, sem reclamação!
E a dona comentou:
tanto faz quem começou!
Uma encrenca boba assim
bom é que tenha logo um fim!
E ela acrescentou, então,
não querem brigar mais, não?
E os gatinhos, enroscados,
esqueceram da briga, aliviados.
Confortados, no quentinho,
com sossego e com carinho,
dormem bem, bichos queridos,
já da briga esquecidos.
se atracaram, enfezados.
A dona se irritou
e a vassoura agarrou!
E apesar do frio, na hora,
os varreu porta afora,
bem no meio do inverno,
com um frio "do inferno"!
Os gatinhos, assustados,
se encolheram, já gelados,
junto à porta, no jardim,
aguardando o triste fim!
De terror acovardados,
os dois gatinhos, coitados,
não puderam nem miar,
lamentando tanto azar!
Sem ouvir nenhum miado,
a dona, por seu lado,
dos gatinhos teve dó,
e a porta abriu de uma vez só!
Mesmo estando tão gelados,
os dois gatinhos arrepiados
Zás! Bem junto do fogão
surgem, sem reclamação!
E a dona comentou:
tanto faz quem começou!
Uma encrenca boba assim
bom é que tenha logo um fim!
E ela acrescentou, então,
não querem brigar mais, não?
E os gatinhos, enroscados,
esqueceram da briga, aliviados.
Confortados, no quentinho,
com sossego e com carinho,
dormem bem, bichos queridos,
já da briga esquecidos.
Tatiana Belinky, adaptadora desta cancão popular inglesa, é escritora e
tradutora. Tem mais de 100 livros publicados. Em 1989, ganhou o Prêmio Jabuti
por sua trajetória literária.
Vista cansada, Otto Lara Resende
Vista
cansada
Otto Lara Resende
Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada
coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira
vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa idéia de olhar pela
última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a
vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,
disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de
tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela
primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que
nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da
nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta.
Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De
tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo
mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo
porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma
correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia?
Não fazia a mínima idéia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro
teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito,
pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e
lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos?
Não, não vemos.
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos
atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela
primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho.
Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se
gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da
indiferença.
http://contobrasileiro.com.br/vista-cansada-conto-de-otto-lara-resende/
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